quinta-feira, 26 de julho de 2012

AS CIDADES INICIÁTICAS DE ALÉSI, BIBRACTE E ARLÉS (GÁLIA).


            

     Vários sábios, filósofos e historiadores escreveram sobre o DESAPARECIMENTO DO SECRETISMO DRUÍDA, sem dúvida nenhuma, o último oásis desta cultura no Velho Continente Europeu.
     “Acompanhemos atentamente o que narra” Hermes de Trismegisto em seu diálogo com Esculápio, havia chegado o tempo em que ímpios estrangeiros acusariam o Egito de adorar monstros, e em que unicamente perdurariam as inscrições gravadas nas pedras se suas montanhas (enigmas ininteligíveis para a posteridade), dispersando-se seus escribas e hierofantes. Os que ficaram no Egito para evitar a profanação dos sagrados mistérios refugiaram-se para a Índia e mesmo para o continente agora chamado de Novo Mundo (neste caso: Europa), comprometeram-se com SOLENES JURAMENTOS a GUARDAR SILÊNCIO e a MANTER SECRETA A SUA SABEDORIA, que neste mundo ficou, como nunca, ocultar para a vista do povo. Na Ásia central e nas fronteiras setentrional da Índia, a vitoriosa espada do discípulo de Aristóteles (Alexandre Magno) varreu do caminho de suas conquistas todo vestígio da religião primitiva, cujos adeptos tiveram que se ocultar nos recônditos rincões da terra.
Terminando o ciclo de aos golpes do conquistador macedônio, soou no relógio das raças a primeira pancada das horas do DESAPARECIMENTO DOS MISTÉRIOS. As últimas pancadas começaram a soar no ano 47 a.C.; ALÉSIA, a Tebas dos celtas, tão famosa por seus RITOS DE INICIAÇÃO e SEUS MISTÉRIOS, foi segundo a maioria de historiadores 'a ANTIGA METRÓPOLE, túmulo da iniciação druídica e da liberdade das Gálias'. No primeiro século da nossa era soou, pois, a hora dos mistérios. A história nos mostra as Gálias centrais sublevadas contra o jugo de Roma. O país ficou sujeito a Caio Júlio César*, e foi esmagada a revolta, cujo resultado foi a degola e extermínio dos habitantes da Alésia, inclusive o colégio sacerdotal dos druidas com todos os seus neófitos, depois do que toda a cidade foi saqueada. Alguns anos depois pereceu a não menos famosa cidade gaulesa de BIBRACTE, cujo fim assim descreveu Hermes, Esculápio e tantos outros gigantes do conhecimento:
'BIBRACTE, mãe das ciências, êmula de Tebas, Mênfis e Roma, alma das primitivas nações da Europa, era cidade famosa por seu colégio sagrado de druidas, suas culturas e suas escolas, onde 40 000 alunos aprendiam filosofia, literatura, gramática, jurisprudência, medicina, astrologia, arquitetura e ciências ocultas. Tinha um anfiteatro circundando de colossais estátuas com capacidade para cem mil espectadores, um capitólio, templos de Jano, Plutão, Proserpina, Júpiter, Apolo, Minerva, Cíbeles e Anúbis. No centro da cidade estava a naumaquia com seu grande tanque de construção incrível, apropriado para simulacros navais. Também possuía um CAMPO DE MARTE, aqueduto, fontes, banhos públicos e muralhas levantadas nos tempos heroicos'.
Tal era a cidade da Gália, onde morreram para a Europa os segredos das iniciações nos grandes mistérios da Natureza e nas suas esquecidas verdades. Caio Júlio César também queimou preciosos documentos em Alésia e Bibracte, bem como os volumes da famosa Biblioteca de Alexandria, na qual foi posteriormente secundada pelo general árabe Amrus. O caudilho gaulês Sacrovir se sublevou contra o despotismo de Roma no reinado de Tibério**, mas completamente vencido por Sílio ano 21 de nossa era, foi QUEIMADO VIVO com seus principais partidários diante das portas de Bibracte, que os vencedores entregaram depois às chamas, sem perdoar os tesouros de literatura e de ciências ocultas. Desta majestosa e antiga cidade, hoje denominada AUTUM, restam alguns monumentos, como os templos de Jano e Cíbeles.
     "O Ir.'. e historiador Ragon, em sua obra ORTODOXIA MAÇÔNICA, descreve estes vandalismos: 'Arlés, fundada 2000 anos antes de Jesus Cristo, foi saqueada em 270. Esta cidade das Gálias, reconstruída 40 anos depois por Constantino I, conservou como restos de seu antigo esplendor, o anfiteatro, o capitólio, um obelisco de granito de 17 metros de altura, um arco de triunfo e as catacumbas. Assim terminou a civilização celto-gália. Caio Júlio César, como bárbaro, filho e digno de Roma, havia já cumprido a destruição dos antigos mistérios com o saqueio dos templos e colégios de iniciação e a matança dos iniciados e druidas. Substitui-os Roma, mas só teve os mistérios menores, sombras das ciências ocultas. Havia-se extinto a grande iniciação'.
      “Foi sobre estes escombros que se estendeu depois a era do Cristianismo”. Os primeiros cristãos, sem excluir os seus Apóstolos, foram envolvidos de roldão na mesma onda de avassaladoras perseguições e martírios aos chamados pagãos. Não obstante, o Cristianismo, que desfraldava uma suave bandeira de amor e tolerância, logrou infiltrar-se nas humildes massas humanas e tornar-se assim numa força política nas mãos dos imperadores romanos, dentro os quais se destaca Constantino I***, que em 313 promulgou um édito de tolerância que em realidade propiciou ao cristianismo uma situação privilegiada. Mas prosseguiram implacáveis as perseguições contra as demais instituições, primeiras como o apoio oficial do Estado e da Igreja, e depois definitivamente legalizado pelo imperador Teodósio I**** no seguinte édito de 391, contra os eloquentes protestos do filósofo grego Libânio: 'Ficam abolidos hoje em diante quaisquer privilégios que tenham sido concedidos por antigas leis aos sacerdotes, ministros, prefeitos, hierofantes de coisas sagradas ou de qualquer outra denominação. Que não seja eles considerados protegidos por qualquer privilégio outorgado onde quer que se saiba haver sido sua confissão religiosa condenada por esta lei'.
     "Dai se iniciou de parte dos zelosos monges, uma corrida demolidora contra 'hereges', 'pagãos', edifícios, templos, monumentos, bibliotecas, escolas filosóficas, sem tréguas nem piedade”.
Sob o imperador Teodósio II, por diabólica conspiração de Teófilo, bispo de Alexandria, e de seu sobrinho Cirilo, a jovem e culta Hipatia, chefe da Escola Neoplatônica naquela cidade, foi vilmente assassinada e descarnada no ano 415 pela populaça e com ela liquidada a famosa Escola, celeiro de culturas tão brilhantes. Finalmente, o édito de 423 desse mesmo imperador agravou ainda amis as penalidades contra os recalcitrantes nas antigas crenças: 'conquanto devam os pagãos restantes estar sujeitos à pena capital se em qualquer tempo forem descobertos praticando os abomináveis sacrifícios dos demônios, que o exílio e a confiscação de seus bens sejam a sua punição.
O mundo estava assim preparado para sobre ele cair tranquilamente a negra, longa e sinistra noite da Idade Média! Todavia, nem esse vendaval de intolerância e perseguições, nem as destruições e extermínio contumazes das antigas fontes de conhecimentos, em a abolição de toda livre manifestação de pensamento trouxeram os almejados dias tranquilos para a Igreja de Roma. Apesar disso e por isso mesmo, ela se viu sempre a braços com uma longa e interminável série de heresias, cismas e consequentes fragmentações, a ponto de ser hoje o Cristianismo a religião mais fragmentada do mundo. Por outro lado, se as formas externas das antigas e perseguidas instituições pereceram, o seu conteúdo sagrado sempre se manteve milagrosamente intacto, pois alimentava-o e sedimentava o a inextinguível chama do ESPÍRITO IMORTAL, que transcende o tempo e o espaço. E assim, qual uma cintilante estrela no fundo de uma noite de densa escuridão, quanto mais pesada foi a escuridão dos séculos, tanto mais se intensificou o brilho dessa chama.
E foi assim que a MAÇONARA, como a Fênix***** da lenda, logrou conduzir sua tocha acesa ao longo desses séculos tormentosos. Envolta no crepe da clandestinidade, trocando de denominação e roupagem convencionais, prosseguiu fiel à sua milenar tradição, até que, ao despontar do século XVIII, isto é, em 24 de junho de 1717, na cidade de Londres, pôde começar a desfraldar a sua bandeira de Liberdade, Igualdade e Fraternidade ****** e cultura, e que continuará a desfraldar cada vez mais em todo mundo. Tal foi à façanha da Maçonaria, da qual disse o próprio Ir. '. Ragon: 'O maior dos filhos da Viúva, em AS INICIAÇÕES ANTIGAS E MODERNAS: 'Seu Templo tem por duração o Tempo, e por Espaço o Universo' 'Dividamos para Dominar', disse a Astúcia.

“Unamo-nos para Resistir’ Disseram os Primeiros MAÇONS”.
                                  
P.S.  * General e Imperador Romano (no último 46-44 a.C.; quando foi assassinado)
       ** Imperador de Roma (14- 37 d.C.) No seu reinado Jesus Cristo foi crucificado
        *** Imperador Romano (306-337) d.C.. 
        **** Imperador Romano (378-195) d.C..
      ***** Ave fabulosa das terras palestinas (ARÁBIA) que segundo a Mitologia, durava muitos séculos e, quando queimada, renascia das próprias cinzas.
      ****** A França é que é detentora desse legado de: Liberdade, Igualdade e Fraternidade, que ficara sendo o expoente máximo para toda a humanidade, após a Revolução Francesa de 1789.
      Extraído das Compilações de Codex Theodosianus XVI, 10, 14, 23, citado em A SOURCE BOOK FOR ANCIENT CHURCH HISTORY .

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