Grão-Mestre do G.'. Or.'. da Itália em 1864 e mais
tarde Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33.
Giuseppe Garibaldi (Nice,
4 de julho de 1807
— Caprera,
2 de junho de 1882)
foi um general, guerrilheiro, condottiero e patriota
italiano, alcunhado de "herói de dois mundos" devido
a sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras
da unificação italiana, ao lado de Giuseppe Mazzini e do Conde de Cavour, Garibaldi dedicou sua vida à
luta contra a tirania. Nasceu em Nizza (hoje Nice,
na França), então ocupada pelo Primeiro Império Francês e
que retornaria ao reino de Sardenha-Piemonte, com a queda de Napoleão Bonaparte, para ser depois cedida à França
por Cavour, pelo tratado de Turim (24 de março de 1860).
Maçom Carbonário, Giuseppe Garibaldi (1807-1882) era
Italiano, conhecido como Herói de Dois Mundos. Entrou para a Marinha Mercante
em razão de ser filho de um construtor naval, também oriundo da Marinha
Mercante. Fez numerosas viagens.
Passou à
Marinha do Estado. Tendo participado numa conspiração Maçônica/Carbonária com
Mazzini, criador da "Jovem Itália", foi para Marselha, onde embarcou
como oficial num navio mercante francês e serviu na Turquia. Em 1836, foi para
o Rio de Janeiro, onde se avistou com Bento Gonçalves, que lá se encontrava
preso.
Convencidos, Garibaldi e Bento Gonçalves firmaram
acordo para que o primeiro aderisse ao serviço da Revolução Farroupilha e, com
uma carta de corso, tomou uma embarcação do Império, rumando para Maldonado, no
Uruguai. Daí passou por terra ao Camaquã, onde, em 1838, foi nomeado comandante
da esquadrilha farrapa, que ele improvisou e construiu. Por algum tempo,
perturbou seriamente a navegação legal nas águas interiores do Rio Grande do
Sul.
Em 1839 empreendeu a mais lendária das epopéias farrapas,
ao transportar por terra, por cerca de 100 quilômetros, os seus dois lanchões
de guerra, sobre oito enormes rodas, puxadas por 100 bois, desde a foz do
Capivarí até a barra do Tramandaí, o que durou seis dias. Em Santa Catarina, em
meio dos combates, conheceu Ana de Jesus Ribeiro, que se imortalizou com o nome
de Anita Garibaldi, pelos laços que a uniram a este, e pelos feitos heroicos, a
seu lado, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Europa,
combatendo pela Unidade da Itália, junto à Carbonária italiana. Participou da
tomada de Laguna, na efêmera República Catarinense.
Depois, lutando, e junto com sua família, retornou
por terra ao Rio Grande, no que ele em suas memórias, chamou de "retirada
desastrosa".
Em 1841 deixou, com a família, o território do Rio
Grande do Sul e foi para Montevidéu, onde recebeu o comando de navios, para
combater Rosas e os partidários de Oribe. Tornou-se famoso e foi nomeado
general.
Em 1848 voltou à Itália e, novamente unido à
Carbonária, lutou pela unidade do seu país contra os austríacos, e contra os
franceses (1849) e novamente contra os austríacos (1859).
Auxiliando no comando das tropas da Liga Italiana, preparou a insurreição das
Marcas e da Úmbria (1859).
À frente dos milhares de Carbonários italianos,
expulsou os Bourbons da Sicília e de Nápoles (1860). Depois combateu as tropas
pontifícias e francesas de Roma.
Em 1870 alistou-se no exército francês, na guerra franco-prussiana, desembarcou
em Marselha, com os voluntários italianos, e combateu os alemães.
Depois do armistício, foi eleito deputado em quatro
departamentos franceses (1871), tendo-se demitido, e após isso se recolheu a
Caprera. Novamente, foi nomeado deputado em Roma, fez ali, em 1875, uma entrada
triunfal.
Deixou dois romances: Cantoni in voluntário (1870) e
Clelia (1875), além de I Milli di Marsala (1874). Suas "Memórias",
publicadas por Alexandre Dumas, em Paris, 1859, tiveram inúmeras reedições e
traduções. São célebres as suas expressões sobre a cavalaria gaúcha, as quais
constam no livro "A História da Revolução Farroupilha".
Também foram generais seus dois filhos, um nascido em Mostardas, Rio Grande do
Sul, de nome Menotti, e o outro em Montevidéu, de nome Riciotti. O filho deste,
de nome Giuseppe ou Peppino, também foi general italiano.
Sua vida maçônica no Brasil é um pouco suprimida,
contudo, era sabido que Giuseppe Garibaldi como Carbonário Italiano, cujas
ligações são estreitas com a Maçonaria, o compeliu iniciar-se Maçom na Itália.
No Brasil, frequentou a Loja Asilo da Virtude, na cidade de Rio Grande, à
época, Vila de Rio Grande (1836), quando acabava de chegar do Rio de Janeiro e
se dirigia à Montevidéu.
Também se filiara à Loja "Amis de La
Patrie", do Uruguai. Fundou ainda a Loja Gualeguaychu, no Entre Rios, em
1837. Iniciou inúmeros Maçons à Carbonária e no Rio Grande do Sul, algumas
Vendas Carbonárias por ele fundadas, uniram-se à maçonaria nos intentos da
Revolução Farroupilha.
Foi Venerável da loja "Amis de La Patrie",
de Montevidéu, a partir de 1841.
Garibaldi, regressando à Europa, foi eleito Grão-Mestre do G.'. Or.'. da Itália
em 1864 e mais tarde Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33.
O incrível de tudo isso é que Garibaldi, depois que
deixou o Uruguai, em 1848, ainda voltou às Américas, mais uma vez. Depois da
luta contra os austríacos e da morte de Anita, em 1849, Garibaldi teve que se
exilar novamente: Gibraltar, Tânger, Nova York, América Central, a costa do
Pacífico, e Lima, no Peru, onde deixou os seus vestígios.
Depois regressou à Pátria, para novas lutas, tudo conforme escrito na obra: A
CARBONÁRIA NO BRASIL.