(Como curiosidade transcrevemos a
biografia de Santa Helena, elaborada pelo Padre Rohrbacher, em sua Vidas
dos Santos (Volume XV), Editora das Américas): “O Senhor tinha dito à nova
Jerusalém: “Eu elevarei meu estandarte para os povos”“. E os reis serão nutrícios
e as rainhas amas. “Adorar-te-ão de rosto inclinado para a terra e beijarão a
poeira de teus pés”. A antiga Jerusalém via a realização disso pela Jerusalém
nova.
Os
pagãos tinham-se esforçados para abolir a memória da ressurreição de Jesus Cristo.
Tinham fechado a gruta do Santo Sepulcro, colocado por cima uma grande
quantidade de terra, pavimentando com pedras o alto e construindo um templo a
Vênus,* onde ofereciam os sacrifícios a esse ídolo, a fim de que os cristãos
parecessem adorá-lo, quando viessem aquele lugar para adorar Jesus Cristo.
Constantino deu ordem de se construir uma Igreja magnífica e escreveu isso ao
Bispo Macário, recomendando-lhe que aquele edifício sobrepujasse em beleza não
somente as outras Igrejas, mas todos os edifícios das outras cidades. “Dei
ordem, acrescenta a Draciliano, governador da província, de empregar segundo
vossas ordens os operários necessários para se erguerem as paredes”. Mandai-me
dizer que mármore preciso e que colunas julgais conveniente, a fim de que eu as
faça construir. Ficarei bem contente de saber se julgais a propósito que à
cúpula da Igreja seja adornada com teto lavrado ou com outra espécie de
trabalho, se for lavrado, poder-se-á colocar ouro.
Santa Helena, mãe de Constantino, encarregou-se, ela mesma de sua execução.
Tinha então, oitenta anos, vivendo havia muitos anos na piedade e nas obras de
caridade. O Imperador seu filho, fê-la conhecer a verdadeira religião, que
antes ela ignorava (O Cristianismo); deu-lhe o título de augusta ou de imperatriz,
e mandou pôr sua efígie nas moedas de ouro. Ela dispunha dos tesouros só para
fazer caridade e esmolas. Era muito assídua à Igreja, adorava-as com vários
ornamentos e não se descuidava nem mesmo dos oratórios das aldeias, viam-na no
meio do povo com um hábito simples e modesto, nas assembleias de religião.
Foi, não
obstante a idade, visitar os antigos lugares e tomou o cuidado de adorná-los
com suntuosos edifícios pela liberalidade de seu filho. Atravessando o Oriente,
fez donativos extraordinários aos soldados, às comunidades e a cada um dos
particulares que se dirigiam a ela. A uns dava dinheiro, a outras vestes;
libertava os presos e os que trabalhavam nas minas; fazia voltar os exilados.
Tendo chegado a Jerusalém, começou por fazer derrubar o templo e o ídolo de
Vênus, que profanavam o lugar da Cruze da Ressureição. Tirou-se a terra,
cavou-se tanto até se encontrar o Santo Sepulcro e, perto, três Cruzes
enterradas.
Não
se sabia qual era a do Salvador; o Bispo São Macário imaginou um meio para
desvendar isso. Mandou levar as Cruzes à casa de uma mulher enferma havia muito
tempo, e que estava nas últimas; aplicaram-lhe cada uma das Cruzes, fazendo
prece; e logo que ela foi tocada pela última, ficou inteiramente curada. Com a
Cruz encontraram o título, mas separado com os pregos, que Santa Helena mandou
ao Imperador Constantino, seu filho, com uma parte considerável da Cruz,
deixando a outra em Jerusalém. Mandou por numa caixa de prata e deu-a em
custódia ao Bispo para conservá-la para a posteridade.
De
fato, no século seguinte, mostravam-na, uma vez por ano, na festa da
Páscoa, isto é, na sexta-feira santa. O Bispo depois de tê-la adorado por
primeiro, expunha-a para ser adorada por todo povo; daí, sem dúvida, veio em
todas as Igrejas a piedosa cerimônia. Não se mostrava em Jerusalém como um
favor a pessoa de piedade, que lá tinham ido expressamente a peregrinação.
Quanto aos cravos, o Imperador Constantino, mandou Por uma parte deles em seu
capacete e uma parte nas rédeas de seu cavalo, para lhe servirem de defesa nos
combates. (Esses pregos eram os que fixavam a tabuleta "INRI" que encimava
a Cruz).
Entretanto, por suas ordens e pelos cuidados de sua mãe, Helena (depois de
morta, Santa Helena), construiu-se a Igreja do Santo Sepulcro, terminada
somente seis anos depois. Em redor elevava-se uma cidade antiga, não no mesmo
lugar que parecia ser a Nova Jerusalém, predita pelos profetas.
Perto daí, no alto do Monte das Oliveiras, o Imperador mandou construir também,
uma Igreja magnífica, para honrar o lugar da Ascensão de Jesus Cristo e outra
em Belém (hoje, é a Igreja da Natividade) para honrar a gruta santificada pelo
seu nascimento.
Esses edifícios eram ornados de preciosos dons, vasos de ouro e de prata; véus de
diversas cores serviam para eternizar a memória do Imperador Constantino e de
sua mãe, Helena.
Ela permaneceu,
ainda, alguns dias na Palestina e, entre outros sinais de piedade, prestou
grande honra às virgens consagradas a Deus, pois, tendo-as reunido e
mandado sentar-se sobre vários tapetes, serviu-as à mesa, tendo ela mesmo o
jarro e a bacia para lhes lavar as mãos trazendo as iguarias, vertendo o vinho
e apresentando-o para beber. Enfim essa piedosa princesa, voltando a Roma, lá morreu
no mês de agosto desse mesmo ano, 326,** nos braços do Imperador, seu filho e
de seus netos, os Césares; o Imperador Constantino fez-lhe funerais com pompa
real.
A
Igreja Católica torna-lhe a memória no dia 18 de agosto.
O título
da Cruz, encontrado por Santa Helena, foi depositado na Igreja que ela fundou
em Roma e que é conhecida pelo nome de "SANTA CRUZ DE JERUSALÉM".
Puseram-no alto de uma arcada, onde foi encontrado em 1492, encerrado numa caixa
de chumbo. “A Inscrição em hebraico, grego e latim, está sobre madeira
esbranquiçada e em letras vermelhas”.
P.S.
*VÊNUS (romana) - deusa da beleza e do amor, nasceu na espuma do mar, provida
de todos os encantos. Acolhida pelas Horas que a fizeram sentar num carro e a
transportaram ao Olimpo; ali os Risos, as Graças e os Jogos constituíram seu cortejo.
Júpiter deu-a por esposa a Vulcano que acabava de inventar o raio. Vênus, porém
amava Adônis. Este, ferido por um javali, foi socorrido por Vênus, porém
demasiado tarde. A deusa regou seu sangue com néctar e o converteu numa FLOR chamada
ANÊMONA. Vênus implorou aos deuses para que lhe devolvessem; a lei do destino
tal não permitia, entretanto.
Levantaram-lhe templos e
elevaram-no à categoria dos deuses e, em sua honra, foram instituídas as festas
chamadas ADONIAS. O culto de Vênus era universal, jamais seus altares foram,
porém, manchados com sangue, contentavam-se de neles queimar incenso e
perfumes. seus templos principais eram os de Pafos, Amatonte e Idália na Ilha de
Chipre; o de Gnido em Carla; o de Citera no Peloponeso e o do Monte Erix na
Sicília. Cupido ou Amor, filho de Vênus, deus sedutor, apenas veio ao mundo e
Júpiter, prevendo os danos que esse menino SEM-VERGONHA E CORTA-JAQUEIRO podia
causar, mandou a Vênus que o fizesse desaparecer. Esta ocultou-o num bosque,
onde foi alimentado por leoas. Quando se sentiu forte, fez SETAS DE CIPRESTE.
Exercitando-se no tiro contra os animais que o haviam amamentado, adestrou-se
na arte de fazer os homens (Genericamente falando) vítimas de seus dardos.
**portanto, agora no mês de agosto do ano de 2012, completará 1686 anos de seu falecimento.