sexta-feira, 25 de maio de 2012

XAVIER DE MENDONÇA FURTADO


     
     (...) No dia 3 de março de 2012 passara despercebido os 257 anos da criação da Capitania de São José do Rio Negro (AM) e 254 anos oficial desta criação como bem cita o próprio encarregado de tão missão no Novo Mundo - Brasil, o português Francisco Xavier de Mendonça Furtado.
     Vamos, pois, carinhosamente narrar com delicadeza o que nos diz a História (A Ciência do Povo em sua totalidade):
     A Carta régia de 3 de março de 1755, firmada por D. José I, rei de Portugal, estabeleceu a Capitania de São José do Rio Negro, nos confins ocidentais do Grão Pará, constituindo um novo Governo cuja a jurisdição se estendia então até às
raias dos domínios de Espanha.
     Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador da Capitania do Grão Pará e irmão de Sebastiao José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal), primeiro ministro daquele soberano, ficara encarregado de traçar os limites da nova Capital, o que realizou por ato de 10 de maio de 1758, depois de pessoalmente erigir em vila, com o nome de Barcelos (nome dado em homenagem a uma bela cidade portuguesa que fica no norte e conhecida como a Terra do Galo), a aldeia de Mariuá. Daí a importância de figurar nesta galeria, mesma porque, a rigor, foi a primeira personalidade que governou o futuro Estado do Amazonas. Ainda hoje é indispensavelmente citado, porque, quando cumpriu a determinação do Rei,
traçou os seguintes limites, que garantem ao estado do Amazonas a posse indiscutível à parte do território disputada pelo Pará: "Pela parte do Oriente devem servir de balizas, pela parte setentrional do rio das Amazonas (Rio Amazonas),
o Rio Nhamundá; ficando a sua margem oriental pertencendo à Capitania do Grão Pará e a ocidental a Capitania de São José do Rio Negro. pela parte austral do mesmo rio das Amazonas devem partir às duas pelo outeiro chamado de Maracá-Assú (Maraca-grande), pertencendo à dita Capitania de São José do Rio Negro tudo que vai dele para o ocidente; e ao Grão Pará todo o território que fica para o oriente (divisão bem detalhada entre o Oriente e o Ocidente, entendeste? Pela banda do sul fica pertencendo a esta Capitania todo o território que se estende até chegar aos limites
do Governo das Minas Gerais, o qual, conforme as ordens de Sua Majestade Dom José I, se divide pelo rio Madeira pela grande cachoeira de São José ou Araguary".
     Francisco Xavier de Mendonça Furtado, tendo nascido no começo do século XVIII, aos cinquenta anos era o Capitão General do Grão Pará e chefe da Comissão de Limites com os espanhóis (1757-1758). Foi por sua sugestão que se criou
a Capitania de São José do Rio Negro, depois de observar que fatores como o da distâncias e o de estrangeiros nas zonas limítrofes, exigiam o desdobramento de administração, o que se efetuou a 3 de março de 1775, e cujo o primeiro
governador foi Francisco de Mello e Póvoas, subordinado ao Grão Pará.
     Para compreensão das atitudes hostis aos jesuítas, recuemos, pois, cem anos  à atuação de Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Foram muita claras e mesmo positivas as intenções do Padre Samuel Fritz (alemão ao serviço da
Espanha. Ainda hoje temos estes missionários "disfarçados" trabalhando cá no Brasil para vários países chamados de  'Primeiro Mundo'). O padre Samuel Fritz fundara várias missões de catequese no rio Solimões; entre outras, a de Tefé (cidade do - AM). No seu Memorial dirigido ao Vice-rei do Peru, o Conde de Monclava (1679), depois de historiar a ação dos seus patrícios nas margens do grande rio (Amazonas), diz: "As conquistas que com o devido respeito menciono a V. Excia. neste Memorial são a do meu pasto espiritual, que se estende desde os omaguas no Napo até o Rio Negro.
Até aqui os portugueses têm-se localizados com prejuízo da Coroa de Castela e pretendem ainda mais para cima, campo vastíssimo de mais de quinhentas léguas  (3000 k) de dilatada gentilidade, em ambas as margens do rio Amazonas,
e que precisa ser chamada ao grêmio da Santa Igreja". Nos cem anos seguintes muitos Tratados foram escritos, discutidos e consumidos, até que uma comissão mista chefiada por pleno potenciários das suas nações, Francisco Xavier de Mendonça
 Furtado por Portugal e Don José de Iturriaga, pela Espanha esteve em Barcelos procedendo a estudos do território, não chegando a realizar as demarcações, em consequência das desinteligências que surgira. "Entretanto, como não chegasse
a Partida Espanhola para as conferências de demarcações, o que ainda era devido a influência dos jesuítas que empregavam todos os meios para demorá-la  no Orenoco (Os Jesuítas trabalhavam em prol da Coroa Espanhola), o Governador Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, depois de dar algumas determinações, entre as quais a de mandar cumprir a real de 14 de novembro de 1752, referente à fundação da Fortaleza de São Joaquim no Rio Branco, partiu para o Grão Pará, onde
chegando publicou a Lei de 6 de julho de 1755, consoante com a Bula já citada, restituindo a liberdade aos indígenas, e para dar-lhe melhor execução expediu o Regulamento de 3 de maio de 1757, que é conhecido pela denominação de "Diretório".
("História do Amazonas" - Aprígio Martins de Menezes - Almanaque do Amazonas - 1896.
     Foi nessa época que se deu a rebelião de Lama-Lama, no Rio Negro, sendo assassinados Caboquira e Frei de Santa Eliseu e executados (1758), os chefes da rebelião no médio-alto Rio Negro amazonense.
     E, 1759 Francisco Xavier de Mendonça Furtado foi destituído dos cargos que chefiava no Brasil e substituído por Manoel Bernardo de Melo Castro.
    Além de ter tentado dar ao gentio (Índio Amazônida) personalidade de cidadão. decretada no Reino Português e continuada por ele (instituição do salário0, instalou a vila de Borba  (cidade de Borba no rio Madeira - AM), em 1º de janeiro de 1756, hoje,
conhecida com: Borba, a Velha e mais tarde a de Barcelos e Moura (1758). Francisco Xavier de Mendonça Furtado tem a sua memória perpetuada em um Ginásio em Itacoatiara (cidade  - AM) e uma Rua em Manaus no Bairro de Aparecida, o mais
português dos Bairros Manauense que se chama: Rua Xavier de Mendonça.

Fontes de pesquisas:
"Corografia do estado do Amazonas", A.B. - Manaus - 1925; "Estadistas portugueses na Amazônia",
Arthur César Ferreira Reis (Ex-governador do Estado do Amazonas em plena Ditadura Militar) - Rio de Janeiro - 1948;
"Súmula de História do Amazonas, do mesmo autor - Manaus 1965;
"Mosaicos do Amazonas, A.B. - Manaus - 1966; "Amazônia. História e Administradores do Amazonas" - parte de Aprígio Martins  
de Menezes - Manaus - 1966; "A Capitania de São José do Rio Negro" - Mário Ypiranga Monteiro - Manaus - 1955.



     SHALOM!


    José Epitácio Carneiro (C.P.G.)
       (Abhohad Zhohah)

LIBERDADE, ALEGRIA, ESPERANÇA DE ISRAEL

    

     O mito em que repousa a existência nacional, ainda mais poderoso por possuir uma realidade
 histórica e certa, é o da saída do Egito (África) e da libertação. A Páscoa hebraica é a festa principal.
 Ela recorda aos hebreus a dureza da escravidão sob o domínio do faraó (na grande realidade de 
vários faraós), a grandeza de Moisés, o milagre de Ihaweh, o Deus libertador, e os benefícios da
liberdade (tesouro maior de um povo). Nunca, sem dúvida, o ideal da libertação foi vivido 
com maior intensidade do que pelos hebreus. Aqui também estamos em presença de um fato global,
 plenamente significativo: a Páscoa celebra a passagem da escravidão à liberdade, da angústia à alegria, 
das trevas à luz, da morte à vida. Ela também consagra a derrota do faraó e de seu povo diante de
 Moisés
 e de  seus escravos hebreus, ela manifesta-se assim, o triunfo de Iahweh Deus de Israel sobre os deuses
 das  nações. A Páscoa é vivida, aliás, todo ano como acontecimento contemporâneo. Cada era deve
 libertar-se de seus faraós e viver o milagre de sua libertação. Cada pessoa em Israel sente-se
diretamente envolvida no acontecimento maior da vida nacional, que também é anunciador da libertação
 absoluta, da última Páscoa messiânica.
      Joel sabe que é livre pela graça de Iahweh, seu deus. Ele está libertado de sua submissão aos mitos
 e os mistérios pagãos, estar libertado dos panteões das nações e da multiplicidade de seus ídolos. Ele se
 sente igualmente livre em relação à natureza, que não é mais conhecida como força cega e fatal. A
 natureza também é uma criatura de Iahweh.
Por isso, ela deixa de ser temível: o homem, criado à imagem e semelhança de Iahweh, tem como 
vocação dominá-la e cultivá-la. Mas ele não deve tornar-se escravo de seu próprio trabalho. Assim, o
 descanso do sétimo dia liberta-o de sua submissão à obra de suas mãos. A lei o subtrai à tentação da
 acumulação capitalista, proibindo o empréstimo a juros e ordenando a revisão do censo em épocas
 fixas. O hebreu, enfim, é libertado por sua fé do ódio e do medo. Ele vive na sublime doçura da presença
 divina, não tem medo da morte. Esta também será vencida. Ele se acha absolutamente reconciliado
com sua condição, daí a incrível alegria de sua vida.
      Nunca a alegria do homem foi cantada com mais fervor, nem com mais gênio, do que pelos hebreus.
 O Livro dos Salmos constitui o livro para sempre atual dos cânticos da felicidade da alma humana 
(isto é lindíssimo) Trata-se de uma alegria densa, dura, iluminada pelas certezas de um conhecimento
 iniciático, pela lucidez de uma visão imperecível.
Mesmo nas horas mais decepcionantes e mais cruéis de sua vida e de sua história, o hebreu sabe 
que três momentos articulam o devir do home. A noite é deixada a iniqüidade do Réprobo, que o justo, na
 oblação da sua alma, deve saber enfrentar até o martírio. No fim da noite, sobrevém o julgamento de Iahweh, 
que assinala a inevitável derrota do Réprobo e garante o triunfo do Bem. A aurora sucede enfim à  noite
 e proclama a glória do reino messiânico. Quando a desgraça se abate, Joel sabe aguardar a hora da alegria.
      Pois a vida cotidiana desses homens cabeludos é consagrada à alegria de sua boda com Iahweh. Seus 
dias são tecidos na alegria de sua Aliança, que seus poetas não cessam de celebrar numa liturgia sem fim. 
Eles cantam o Deus transcendente e permanente que amam e a quem servem. Eles cantam toda a criação, 
que é obra de suas mãos, o céu, a terra, os abismos admirados à luz de Deus. Uma extrema familiaridade
 prende Joel à terra: ele sabe que é irmão do sol, das estrelas, da lua, dos animais que o cercam. Ele canta 
até não poder mais a criação e sua obra-prima – o home -, seu corpo, sua alma, seu gênio. Ele canta, 
enfim, o amor que reveste sua morada. E o Cântico dos Cânticos, escrito a gloria da vida amorosa do
 casal, enfim libertado, é, de certa forma, o canto nacional dos hebreus.
      Sua alegria não é cega. Ela conhece o peso de carne e de sangue do homem, seus limites e a tragédia
 real de sua condição.
Mas ela se nutre, nisso, de lúcida esperança: o homem deve confiar em Iahweh até a hora da plena libertação...
      Cinco sinônimos aparecem na Bíblia para designar a esperança do homem. Iahweh é o verdadeiro nome 
da esperança e é por isso que, mesmo em face da morte, não é vão ter esperança. A esperança é um vínculo 
vivo tecido entre o deus da libertação e Israel, à espera das realidades escatológicas em que a ordem real
 do mundo será restabelecida para sempre na verdade do amor e na plenitude da paz.

     SHALOM!

       José Epitácio Carneiro (C.P.G.)
          (Abhohad Zhohah)


Extraído do Livro os Homens da Bíblia – Autor André Chouraqui – p. 288 a 290
Editora Companhia Das Letras/Círculo do Livro.

Deismo e Teismo



Este assunto já foi comentado em outra ocasião, mas por ser importante para a Maçonaria, fui buscar uma outra fonte de informações –Holy Bible, versão Maçõnica, editada em Wichita, Kansas, EUA.
As definições foram tiradas de lá. Os comentários são meus.
DEÍSMO é a crença em Deus considerando somente o que é natural e racional.
Rejeita a revelação sobrenatural e os elementos sobrenaturais na religião. Muitos “livrespensadores” da França, nos séculos XVI e XVII foram classificados como “deistas”. É um erro grosseiro dizer que eles tiveram grande influencia na Francomaçonaria naquele período. Os Princípios e as Doutrinas da Francomaçonaria repudiam o Deísmo. Maçons são Teístas; eles acreditam num Deus verdadeiro e ativo; eles reconhecem suas revelações sobrenaturais de Si mesmo e de seus desejos e os elementos sobrenaturais na verdadeira religião.
TEÍSMO é a doutrina de um Deus, eterno, auto suficiente, onisciente, onipotente, impregnando toda a Criação, criador, preservador, protetor e benfeitor de todas as coisas e do Homem. É nesse Deus que os maçons confessam a sua Fé e Crença, e reconhecem as revelações desse Deus. É o oposto do Ateísmo – doutrina na qual não há um Deus, ou do Politeísmo – a doutrina na qual há muitos deuses, e do Deísmo – descrito acima e do Panteísmo – doutrina na qual toda natureza é Deus e Deus é toda natureza.
Comentários: na verdade, em 1717, na união das quatro Lojas em Londres, dando início à Maçonaria Especulativa que praticamos hoje, a tendência era mais para o Deísmo do que para o Teísmo. Isso, talvez, mais por receio ou prevenção, pois a Inglaterra estava passando por mudanças radicais em sua Monarquia e a religião dominante variava conforme o Monarca eleito. Quando do lançamento da Constituições de Anderson, um reverendo presbiteriano, em 1723, a Maçonaria estava em “cima do muro”. Somente em 1738, quando ocorreu a primeira revisão dessa Constituição, muita coisa já tinha sido definido e houve, realmente, uma tendência para o Teísmo.
 
 
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A MEDICINA


           
      O estudo metódico da medicina bíblica só começou no século XVII. A partir de então, acumularam-se as descobertas sobre essa arte, tal como era conhecida e praticada na época em Israel, no Egito e na Mesopotâmia. Os termos que designam o médico, a medicina ou a ideia de curar (rofé) repetem-se oitenta e uma vez no Antigo testamento e oitenta e três no Novo. Juntamente com os médicos, os sacerdotes, as parteiras e, às vezes, os profetas também desempenham funções médicas. Os embalsamadores e certas categorias de feiticeiros também são honrados com o título de médico.
      A ideia central é que a doença e a saúde dependem de Deus. Essencialmente, é Ele que envia o mal e é Ele que cura, seja diretamente, seja por intermédio de um profeta. Uma simples prece pode restituir a saúde a um doente. Por vezes, é preciso agir. Olhando as serpentes de bronze erigidas no campo dos hebreus as pessoas se curavam das mordidas de cobras. Um cajado mergulhado nas águas poluídas tornava-as salubres; uma imersão curava a lepra e um profeta podia ressuscitar um morto. É evidente que os intentos de explicação racionalista desses “milagres”, assim como os do Novo Testamento, contradizem o que pensam e creem os homens da Bíblia.
      No entanto, eles têm conhecimentos médicos indiscutíveis, que lhes permitem curar, sem a ajuda do milagre. Tinham conhecimentos de anatomia. O homem era por eles conhecido enquanto estrutura viva: os nomes e as funções das partes do corpo, inclusive o embrião, o útero, o fígado, os ossos e os músculos do homem são detalhados com uma precisão técnica tão grande, que as línguas modernas não possuem todos os equivalentes para essa diversificadíssima terminologia. Noções de fisiologia transparecem nas expressões que identificam o sangue ou a respiração com a própria vida. O papel psicossomático do coração, do fígado, dos rins é sublinhado na linguagem cotidiana. O movimento do sangue era conhecido dos antigos, embora tenha sido necessário esperar o ano 1628 de nossa era para descobrir as leis de sua circulação.
     Joel não sabe não distinguir a pureza ritual da limpeza ou da higiene, pois vive globalmente em Deus. Contudo, as leis da essência religiosa que ele respeita obrigam-no a não comer carnes estragadas, a detectar em suas fezes os menores sinais de doença, a banir todo alimento impuro, inclusive o sangue. Ele nunca comia carne de animais cujo não consumo favorecesse uma melhor higiene. O corpo do homem devia ser religioso e regularmente lavado em várias circunstâncias da vida cotidiana. Os regulamentos do exército insistiam nas regras da limpeza do soldado e de seu campo. A higiene sexual também ocupava um lugar importante na vida do sal, obrigado a lavar-se depois de cada relação e abster-se do coito durante a menstruação da mulher.
     Em matéria de medicina interna, a Bíblia cita oitenta e cinco vezes o coração enquanto sede da vida, da sensibilidade e do pensamento do homem. O Livro de Samuel descreve com uma precisão clínica o infarto que paralisa Nabal antes de sua morte, dez dias depois, de um segundo ataque. A Bíblia sabe diagnosticar os distúrbios circulatórios de que sofre o velho rei David ou a arteriosclerose do rei Asa. A doença renal do rei Jordão também é descrita com exatidão.
      Joel vê o grande espaço que a cirurgia e a ortopedia ocupam na vida do povo, do qual cada filho homem, aos oito dias de idade, sofre a delicada operação da circuncisão. Não é Deus o grande cirurgião que tirou uma costela do corpo do homem para criar com ela uma obra-prima, a mulher?  Os cirurgiões de Israel têm objetivos mais modestos: eles reparam uma fratura do braço ou da perna com tanta destreza quanto o faz um ortopedista de nossos dias.
Essa arte era conhecida deste o terceiro milênio – prova-o uma múmia. Os egípcios praticam esse tipo de operação que as guerras tão banais quanto necessário. A trepanação era praticada, como atestam alguns crânios, notadamente de um homem que vivia há quase três mil anos, encontrado em Laquis.
      Os hebreus já conheciam empiricamente doenças cujas causas só foram determinadas no século XX, como a acromegalia (saruá), desenvolvimento excessivos das extremidades, estudados em 1907 por J. Erdheim, ou os distúrbios endócrinos que provocam a intumescência dos testículos (meruah ashahh). Os textos bíblicos abundam em anotações sobre a menstruação, os corrimentos e as doenças da mulher. O feto é chamado, com graça e exatidão, de fruto do ventre.
      As escrituras Sagradas mencionam os cinco sentidos e anotamos os distúrbios de seu funcionamento. As doenças dos nervos, as depressões e a loucura são mencionadas como frequência, mas em termos tão genéricos, que é impossível diagnosticar a que podiam corresponder exatamente. Em compensação, as doenças da pele e do sexo são descritas com profusão de detalhes técnicos. Note-se que o enuco e o castrado não podem “entrar na assembleia de Iahweh”, o que impede seu casamento.
      As epidemias são tão temidas quanto às guerras ou a fome. Trata-se, geralmente, de epidemias de peste que se propagam por contágio. Os antigos sabiam que o isolamento do doente ou o abandono da cidade saqueada constituíam a defesa mais eficaz contra o mal. A Bíblia menciona igualmente os envenenamentos e os distúrbios provocados pelas mordidas de animais venenosos, sem com isso desvendar suas causas toxicológicas.
      No que concerne à velhice, ela é descrita em termos que nenhum gerontólogo (geriatra) atual repudiaria, na passagem poética que traz uma espécie de conclusão aos pensamentos do Eclesiastes.
     Assim, os hebreus concebem a alma e o corpo cimo uma unidade viva: o homem possui a vida num grau tão mais intenso quanto mais tiver a bênção de Iahweh. A doença leva o homem para a morte; a cura é um fenômeno espiritual que restaura a integridade do ser e sua livre comunicação com as forças da vida que estão em Iahweh. Portanto, as doenças mais graves são curadas pelos sacerdotes e homens de Deus nos santuários, ou seja, em cada profissão.
      A lepra, ou a espécie de doença de pele que a palavra saraá designa, é objeto de longas análises no Levítico.
O sacerdote é encarregado de diagnosticar a doença e constatar sua agravação ou desaparecimento. Sacrifícios e abluções concorrem para a purificação do doente ou mesmo da casa atingida. Pois a doença é provocada por um “demônio” que se apoderou do doente enfraquecido pelo pecado – é preciso expulsá-lo do corpo atingido, de seus Pêlos, que serão raspados, e dos objetos que possam ter sido atingidos, que são lavados ou queimados. Os pássaros puros, a madeira de cedro, o carmesim de cochonilha, a manjerona e a água corrente são alguns remédios recomendados. O sacerdote administra-os de acordo com um ritual rigoroso. Assim, a legislação sacerdotal codifica as doenças que tornam o homem impuro e estabelece os remédios destinados a purificá-lo ou curá-lo. Juntamente com as doenças da pele, as doenças sexuais são as mais citadas na Bíblia. A lei impõe, assim, regras rigorosíssimas de higiene corporal, alimentar, sexual e preocupa-se com a salvaguarda da saúde pública. Essas medidas se impõem com força ainda maior por estarem ligadas à exigências da pureza e da santidade religiosa. O primeiro médico é o próprio Deus. Os médicos receitam tratamentos à base de plantas medicinais, mas quem cura de verdade é apenas Deus, ou sacerdote e o profeta, graças a seus poderes carismáticos.

Extraído do Livro Os Homens da Bíblia, p. 160 a 164 – Autor André Chouraqui

Escola de Alexandria




Haveria alguma ligação entre a Maçonaria e a Escola de Alexandria? Não estou afirmando que existisse Maçonaria naquela época, pois sabemos muito bem que não existia.
Porém, a Maçonaria extraiu, posteriormente, importantes ensinamentos dessa famosa Escola.
Quando Alexandre, o Grande, construiu a cidade de Alexandria no Egito, a qual ele planejou ser a base de seu Império, ele estabeleceu uma escola de Filosofia a qual se tornou, muito provavelmente, a maior instituição desse tipo, do mundo histórico daquela época.
Era o ajuntamento dos maiores filósofos e sacerdotes religiosos, dos países do Oriente, dos Judeus, dos Egípcios, dos Árabes e dos Gregos. Era uma mistura heterogênea de opiniões, filosofias, teorias religiosas de bispos egípcios, de ministros dos cultos judaicos (Rabinos), de teólogos e professores árabes, e, também, discípulos dos ensinamentos de Platão (ver Pílula nº 136) e Pitágoras.
Tanto Aristobulus quanto Philo, notáveis filósofos dessa escola, porém de gerações diferentes, afirmavam que os escritos sagrados dos Hebreus, pelo seu sistema de Alegorias e impregnados com esoterismo e significados ocultos, eram a verdadeira fonte de todas as doutrinas religiosas e filosóficas.
Portanto, foi aí nessa Escola, que a Maçonaria com a sabedoria que lhe é característica, tirou e tem tirado o mais sublime alegorismo, simbolismo e formas ritualísticas de instruções.
 
 
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Academia





 
A “Academia” original (akadémeia) foi o jardim no qual Platão fundou sua escola de filosofia, mas o termo passou a designar toda instituição de ensino superior, ou que congrega luminares da ciência, das artes, da filosofia etc. Muitas academias tornaram-se famosas através de tempos e lugares, nas várias áreas de sua atuação (C.Aulete).
Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.
A historia nos conta que no século VI a.C., nos arredores da cidade de Atenas, onde havia um imenso jardim que outrora pertencia ao herói lendário de Ática chamado “Academos”, alí, em 388 a.C., Platão fundou uma escola de investigação científica à qual deu o nome de “Academia”, em homenagem a esse herói lendário (Mario Name).
Juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, da ciência e da filosofia ocidental. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas, entre eles a ética, a política, a metafísica e a teoria do conhecimento.
Embora não exista qualquer dúvida de que Platão lecionou na Academia fundada por ele, a função pedagógica de seus diálogos, desde sua a época, eram usados como ferramenta de ensino nos tópicos mais variados, como filosofia, lógica, retórica, matemática, entre outros.
Segundo Allec Mellor, historiador maçônico francês, “Academia” foi também o nome dado, no século XVIII, a grupos maçônicos. Assim, entre outras, tivemos a “Academia dos Verdadeiros Maçons”, de Pernety e a “Academia dos Sublimes Princípios do Cordeiro Luminoso”, fundada pelo Barão Blaerfindy em 1780, que era uma espécie de Franco Maçonaria pretensamente pitagórica em três graus.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto

terça-feira, 22 de maio de 2012

Origem da Maçonaria





Os primórdios da Maçonaria são obscuros, bem como parte de sua história. Segundo a opinião quase unânime dos historiadores sérios que a estudaram, sua origem é a mais verdadeira e verossímil: ela descende de antigas corporações de mestres-pedreiros construtores de igrejas e catedrais, corporações formadas na idade média.
O vocábulo Maçonaria ( em francês Maçonierie) é derivado do francês maçom, pedreiro. Qual a relação entre o pedreiro e o Maçom atual?
A Maçonaria apresenta duas fases: a primeira, operativa, e a segunda especulativa. Na primeira, os seus componentes operavam materialmente, eram trabalhadores especializados. A segunda fase é denominada especulativa, de vez que os seus adeptos são homens de pensamento.
Desde a antiguidade, os construtores que detinham conhecimentos especiais, constituíam uma espécie de aristocracia, em meio das demais profissões. Formavam como que colégios sacerdotais. Na idade Média, os construtores de catedrais e palácios eram beneficiados, por parte das autoridades eclesiásticas e seculares com inúmeros privilégios tais como: franquias, isenções, tribunais especiais, etc. Daí a denominação francesa de franc-maçon traduzida como pedreiro-livre. A arquitetura constituía então, a Arte Real, cujos segredos eram transmitidos somente àqueles que se mostrassem dignos de conhecê-los. Havia entre aqueles construtores como que um Ideal, a construção de uma obra suprema, mediante um trabalho constante. Seria o Templo Ideal.
Os pensadores e alquimistas da época, combatidos pelos espíritos menos esclarecidos, perseguidos, buscavam refúgio entre os pedreiros livres, capazes de protegê-los pelos privilégios que tinham. Eram alguns aceitos. Daí a denominação der Maçons Aceitos em contraposição a Maçons Antigos, os construtores.
Claro que nem todos podiam ser aceitos. Faziam sindicâncias e apenas alguns eram admitidos, porém depois de submetidos a uma série de provas que constituíam a iniciação. Os iniciados juravam guardar segredo dos ritos e respeitar as regras.
No séc. XVI aumentou consideravelmente o número de Maçons Aceitos, com predominância para os Rosa-Cruz ingleses, entre eles, Elias Ashmole, alquimista, que ingressara com um grupo de amigos, teólogos em 1646. A partir daí, por iniciativa dos novos membros, organizou-se uma sociedade, cujo objetivo era a construção do Templo de Salomão, templo ideal das ciências.
Elias Ashmole obteve permissão para que a sociedade realizasse suas reuniões no Templo Maçônico. De pouco em pouco, os elementos precedentes da Fraternidade Rosa Cruz (Instituição secreta que presumidamente dedicava-se ao estudo do esoterismo, alquimia, teosofia e outras ciências ocultas) passaram a preponderar na Maçonaria, introduzindo nela muito de seus símbolos. Alteraram os rituais, sobretudo a parte referente à iniciação.
Primitivamente havia na hierarquia maçônica apenas os graus de aprendiz e companheiro, pois que o Mestre era somente o encarregado da direção de uma construção.
Em 1964, foi criado o grau de Mestre por Elias Ashmole, formando assim a base definitiva da hierarquia maçônica. Posteriormente, a Maçonaria tomou grande impulso na Inglaterra quando se operou grande transformação orientada por Jacques Anderson, presbítero londrino, diplomado em filosofia, e Desagulliers, de origem francesa, grão mestre inglês, eleito em 1719. A partir de então passou a Maçonaria a desenvolver tendências para instituição filantrópica.
Em 1723 foi aprovado o Livro das Constituições maçônicas, revisto por Jacques Anderson. Sendo chamado de Constituição de Anderson, tornou-se em pouco tempo a Carta da maior parte das lojas. Propagavam uma doutrina sobretudo humanitária, deísta espiritualista, aberta a todos os cristãos, qualquer que fosse a sua seita, e leal aos poderes públicos.
Esta origem, ligada aos construtores da era medieval explica o porquê da simbologia maçônica estar toda ela relacionada ao tema construção. Seus símbolos mais conhecidos, até mesmo pelo observador mais desatento, são os instrumentos do pedreiro: o esquadro, o compasso, o prumo, a régua, o nível, etc.
Todo Maçom está imbuído no propósito da construção: construção do templo da virtude e da verdade, construção de si mesmo, de seu caráter e de sua personalidade. Construção de um mundo melhor.



Fontes consultadas: l Sociedades Secretas (A. Tenório de Albuquerque)