sexta-feira, 25 de maio de 2012

XAVIER DE MENDONÇA FURTADO


     
     (...) No dia 3 de março de 2012 passara despercebido os 257 anos da criação da Capitania de São José do Rio Negro (AM) e 254 anos oficial desta criação como bem cita o próprio encarregado de tão missão no Novo Mundo - Brasil, o português Francisco Xavier de Mendonça Furtado.
     Vamos, pois, carinhosamente narrar com delicadeza o que nos diz a História (A Ciência do Povo em sua totalidade):
     A Carta régia de 3 de março de 1755, firmada por D. José I, rei de Portugal, estabeleceu a Capitania de São José do Rio Negro, nos confins ocidentais do Grão Pará, constituindo um novo Governo cuja a jurisdição se estendia então até às
raias dos domínios de Espanha.
     Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador da Capitania do Grão Pará e irmão de Sebastiao José de Carvalho e Melo (o Marquês de Pombal), primeiro ministro daquele soberano, ficara encarregado de traçar os limites da nova Capital, o que realizou por ato de 10 de maio de 1758, depois de pessoalmente erigir em vila, com o nome de Barcelos (nome dado em homenagem a uma bela cidade portuguesa que fica no norte e conhecida como a Terra do Galo), a aldeia de Mariuá. Daí a importância de figurar nesta galeria, mesma porque, a rigor, foi a primeira personalidade que governou o futuro Estado do Amazonas. Ainda hoje é indispensavelmente citado, porque, quando cumpriu a determinação do Rei,
traçou os seguintes limites, que garantem ao estado do Amazonas a posse indiscutível à parte do território disputada pelo Pará: "Pela parte do Oriente devem servir de balizas, pela parte setentrional do rio das Amazonas (Rio Amazonas),
o Rio Nhamundá; ficando a sua margem oriental pertencendo à Capitania do Grão Pará e a ocidental a Capitania de São José do Rio Negro. pela parte austral do mesmo rio das Amazonas devem partir às duas pelo outeiro chamado de Maracá-Assú (Maraca-grande), pertencendo à dita Capitania de São José do Rio Negro tudo que vai dele para o ocidente; e ao Grão Pará todo o território que fica para o oriente (divisão bem detalhada entre o Oriente e o Ocidente, entendeste? Pela banda do sul fica pertencendo a esta Capitania todo o território que se estende até chegar aos limites
do Governo das Minas Gerais, o qual, conforme as ordens de Sua Majestade Dom José I, se divide pelo rio Madeira pela grande cachoeira de São José ou Araguary".
     Francisco Xavier de Mendonça Furtado, tendo nascido no começo do século XVIII, aos cinquenta anos era o Capitão General do Grão Pará e chefe da Comissão de Limites com os espanhóis (1757-1758). Foi por sua sugestão que se criou
a Capitania de São José do Rio Negro, depois de observar que fatores como o da distâncias e o de estrangeiros nas zonas limítrofes, exigiam o desdobramento de administração, o que se efetuou a 3 de março de 1775, e cujo o primeiro
governador foi Francisco de Mello e Póvoas, subordinado ao Grão Pará.
     Para compreensão das atitudes hostis aos jesuítas, recuemos, pois, cem anos  à atuação de Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Foram muita claras e mesmo positivas as intenções do Padre Samuel Fritz (alemão ao serviço da
Espanha. Ainda hoje temos estes missionários "disfarçados" trabalhando cá no Brasil para vários países chamados de  'Primeiro Mundo'). O padre Samuel Fritz fundara várias missões de catequese no rio Solimões; entre outras, a de Tefé (cidade do - AM). No seu Memorial dirigido ao Vice-rei do Peru, o Conde de Monclava (1679), depois de historiar a ação dos seus patrícios nas margens do grande rio (Amazonas), diz: "As conquistas que com o devido respeito menciono a V. Excia. neste Memorial são a do meu pasto espiritual, que se estende desde os omaguas no Napo até o Rio Negro.
Até aqui os portugueses têm-se localizados com prejuízo da Coroa de Castela e pretendem ainda mais para cima, campo vastíssimo de mais de quinhentas léguas  (3000 k) de dilatada gentilidade, em ambas as margens do rio Amazonas,
e que precisa ser chamada ao grêmio da Santa Igreja". Nos cem anos seguintes muitos Tratados foram escritos, discutidos e consumidos, até que uma comissão mista chefiada por pleno potenciários das suas nações, Francisco Xavier de Mendonça
 Furtado por Portugal e Don José de Iturriaga, pela Espanha esteve em Barcelos procedendo a estudos do território, não chegando a realizar as demarcações, em consequência das desinteligências que surgira. "Entretanto, como não chegasse
a Partida Espanhola para as conferências de demarcações, o que ainda era devido a influência dos jesuítas que empregavam todos os meios para demorá-la  no Orenoco (Os Jesuítas trabalhavam em prol da Coroa Espanhola), o Governador Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, depois de dar algumas determinações, entre as quais a de mandar cumprir a real de 14 de novembro de 1752, referente à fundação da Fortaleza de São Joaquim no Rio Branco, partiu para o Grão Pará, onde
chegando publicou a Lei de 6 de julho de 1755, consoante com a Bula já citada, restituindo a liberdade aos indígenas, e para dar-lhe melhor execução expediu o Regulamento de 3 de maio de 1757, que é conhecido pela denominação de "Diretório".
("História do Amazonas" - Aprígio Martins de Menezes - Almanaque do Amazonas - 1896.
     Foi nessa época que se deu a rebelião de Lama-Lama, no Rio Negro, sendo assassinados Caboquira e Frei de Santa Eliseu e executados (1758), os chefes da rebelião no médio-alto Rio Negro amazonense.
     E, 1759 Francisco Xavier de Mendonça Furtado foi destituído dos cargos que chefiava no Brasil e substituído por Manoel Bernardo de Melo Castro.
    Além de ter tentado dar ao gentio (Índio Amazônida) personalidade de cidadão. decretada no Reino Português e continuada por ele (instituição do salário0, instalou a vila de Borba  (cidade de Borba no rio Madeira - AM), em 1º de janeiro de 1756, hoje,
conhecida com: Borba, a Velha e mais tarde a de Barcelos e Moura (1758). Francisco Xavier de Mendonça Furtado tem a sua memória perpetuada em um Ginásio em Itacoatiara (cidade  - AM) e uma Rua em Manaus no Bairro de Aparecida, o mais
português dos Bairros Manauense que se chama: Rua Xavier de Mendonça.

Fontes de pesquisas:
"Corografia do estado do Amazonas", A.B. - Manaus - 1925; "Estadistas portugueses na Amazônia",
Arthur César Ferreira Reis (Ex-governador do Estado do Amazonas em plena Ditadura Militar) - Rio de Janeiro - 1948;
"Súmula de História do Amazonas, do mesmo autor - Manaus 1965;
"Mosaicos do Amazonas, A.B. - Manaus - 1966; "Amazônia. História e Administradores do Amazonas" - parte de Aprígio Martins  
de Menezes - Manaus - 1966; "A Capitania de São José do Rio Negro" - Mário Ypiranga Monteiro - Manaus - 1955.



     SHALOM!


    José Epitácio Carneiro (C.P.G.)
       (Abhohad Zhohah)

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