Seu nome
origina-se da adoção do Ritual da "primeira" Grande Loja de Londres,
conhecida como a dos “Modernos”. O Rito Moderno ou Francês foi
criado em Paris no ano de 1761, instituído em 24 de dezembro de
1772 e proclamado em 09 de marco de l773, pelo Grande Oriente de França, sendo
instalado solenemente em 22 de outubro de 1773. Estabelece sua Câmara de Altos
Graus em 1782, visando dar ordem às centenas de Graus e de rituais então
existentes no seio da Maçonaria universal. Através da Circular de 1784 cria o
Grande Capítulo Geral de França. Este Grande Capítulo redige um Ritual próprio
agrupando os diversos graus em 5 Ordens filosóficas, com a administração dos
Capítulos que trabalham nos graus acima do terceiro ficando confiada a esta
Câmara a partir de 1786. Nascido do desejo de se criar uma unidade racional na
diversidade de correntes de pensamento vigentes à época, o Rito Moderno é filho
e herdeiro direto do pensamento iluminista. Embora criado sob moldes racionais,
pautou inicialmente suas regras na primitiva Constituição de Anderson, deísta e
tolerante no aspecto religioso. Após a Revolução Francesa, em 21 de maio de
1799, GOF e GLUI redigem um tratado de união. Entretanto, em 1815, a GLUI,
altera a Constituição de Anderson, tornando-a dogmática e impositiva, como se
pode perceber nas conhecidas citações aos “ateus estúpidos” e aos “libertinos
irreligiosos”, características que bem poderiam designar muitos dos maiores
filósofos e pensadores da humanidade. Em 1877 vem a ruptura definitiva entre as
duas potências, quando o GOF extingue a obrigatoriedade da crença em Deus e na
imortalidade da alma como reconhecimento de um homem como maçom. Coerente com
esta linha de pensamento, e, talvez por causa disso, considerado o condutor da
Maçonaria do 3º Milênio, o Rito Moderno dá ao maçom o direito de pensar com
irrestrita liberdade, o dever de trabalhar para o bem-estar social e econômico
do cidadão, e a capacidade de defender os direitos naturais e sociais do homem,
seja de qualquer cultura ou nacionalidade. Este humanismo explícito,
muitas vezes atrita-se com o status quo social, do qual a religião é um de seus
pináculos básicos. O Rito Moderno não considera a Maçonaria como uma ordem
mística, embora seus três primeiros graus o sejam, baseados que estão no pensamento
judaico-cristão. Ainda assim, o maçom do Rito Moderno é naturalmente
cientificista e, portanto, pedagogicamente mais afeito à forma do aprendizado
do que ao seu conteúdo. Entende que a busca da verdade realiza-se no Grau de
Aprendiz pela intuição, no Grau de Companheiro através da análise e culmina no
Grau de Mestre pelo desenvolvimento da capacidade de síntese, num processo
evolutivo lógico-racional baseado no pensamento científico contemporâneo. Os
padrões de conduta do Rito Moderno são racionais e cartesianos,
enriquecidos na contemporaneidade, por um Humanismo essencialmente
democrático e plural. Características essenciais para um mundo globalizado. Em
1822, o Grande Oriente do Brasil é fundado sob a égide do Rito Moderno, visto
que, em 1802, Hipólito José da Costa trouxe de Londres e de Paris a
Carta-Patente regularizadora do funcionamento do Grande Oriente Lusitano na
então colônia brasileira. Sendo este, como todo Oriente, praticante do Rito
Francês, o GOB herda o Rito Moderno da metrópole lusa, conduzindo e irradiando
sua chama iluminista, emancipadora e libertária até os dias atuais.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.
ANTUNES, Álcio de Alencar. O Rito Moderno no Contexto da Maçonaria Universal. In: Supremo Conselho do Rito Moderno. O Rito Francês ou Moderno: A Maçonaria do Terceiro Milênio. Londrina, PR, Ed. Maçônica A Trolha, 1994
BAPTISTA, Antonio Samuel. Rito Moderno: Uma Interpretação. In: Supremo Conselho do Rito Moderno. O Rito Francês ou Moderno: A Maçonaria do Terceiro Milênio. Londrina, PR, Ed. Maçônica A Trolha, 1994.
CASTELLANI, José. Manual do Rito Moderno. Editora A Gazeta Maçônica, 1991.
NETO, Antonio Onias. O Rito Moderno ou Francês. In:
http://www.mason.kit.net/ritos/modernooufrances.htm Acesso em 26/02/2013.
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