sexta-feira, 13 de abril de 2012

O APELO DIVINO




      Reunidos os componentes habituais do grupo doméstico, o Senhor, de olhos melancólicos e lúcidos, surpreendendo, talvez, alguma nota de oculta revolta no coração dos ouvintes, falou sublime:
     - Amados, quem procura o sol do reino divino há de armar-se de amor para vencer na grande batalha da luz contra as trevas. E para armazenar o amor no coração é indispensável ampliar as fontes da piedade.
     “Compadecemo-nos dos príncipes; quem se eleva muito alto”. sem apoio seguro, pode experimentar a queda em desfiladeiro tenebroso.
     “Ajudemos os escravos; quem se encontrar nos espinheiros do vale pode perder-se na incoformação antes de subir a montanha redentora”.
     "Auxiliamos a criança; a erva tenra pode ser crestado antes do sol do meio-dia.
    “ Amparemos o velhinho; nem sempre a noite aparece abençoada de estrelas.
    ” Estendamos mãos fraternas ao criminoso da estrada; o remorso é um vulcão devastador.
    ” Ajudemos aquele que nos parece irrepreensível; há uma justiça infalível, acima dos círculos humanos, e nem sempre quem morre santificado aos olhos das criaturas surge santificado no Céu.
    ” Amparemos quem ensina; os mestres são torturados pelas próprias lições que transmitem aos outros.
     “Socorramos àquele que aprende; o discípulo que estuda sem proveito adquire pesada responsabilidade diante do Eterno”.
     “Fortaleçamos quem é bom; na Terra, a ameaça do desânimo paira sobre todos”.
     “Ajudemos o mau; o espírito endurecido pode fazer-se perverso”.
     “Lembremo-nos dos aflitos, abraçando-os fraternalmente; a dor, quando incompreendida, transforma-se em fogueira de angústia”.
    "Auxiliemos as pessoas felizes; a tempestade costuma surpreender com a morte os viajores desavisados.
    ” A saúde reclama cooperação para não arruinar-se.
     “A enfermidade precisa de remédio para extinguir-se”.
     “A administração pede socorro para não se desmandar”.
     “A obediência exige concurso amigo para subtrair-se ao desespero”.
     “Enquanto o Reino do Senhor não brilhar no coração e na consciência das criaturas, a Terra será uma escola para os bons, um purgatório para os maus e um hospital doloroso para os doentes de toda sorte”.
     “Sem a lâmpada acesa da compaixão fraternal, é impossível atender à Vontade Divina.
      ” O primeiro passo da perfeição é o entendimento com o auxílio justo...".
Interrompeu-se o Mestre, ante os companheiros emudecidos.
     E porque os ouvintes se conservassem calados, de olhos marejados de pranto, Ele voltou à palavra, em prece, e suplicou ao Pai luz e socorro, paz e esclarecimento para riscos e pobres, senhores e escravos, sábios e ignorantes, bons e maus, grandes e pequenos...
     Quando terminaram a rogativa, as brisas do lago se agitaram harmoniosas e brandas, como se a Natureza as colocasse em movimento na direção do Céu para conduzirem a súplica de Jesus Cristo ao trono do Pai, além das estrelas...
    

    

Estudo 33, p. 139, 140, 141 e 142 do Livro Jesus no Lar (Obra Psicografada por) FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.

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