quarta-feira, 11 de abril de 2012

História da Diabetes


A diabetes mellitus já era conhecida antes da era cristã. No papiro de Ebers descoberto no Egito, correspondente ao século XV antes de Cristo, já se descrevem sintomas que parecem corresponder à diabetes.
Foi Areteu da Capadócia quem, no século II, deu a esta doença o nome de "diabetes", que em grego significa "sifão", referindo-se ao seu sintoma mais chamativo que é a eliminação exagerada de água pelos rins, expressando que a água entrava e saía do organismo do diabético sem fixar-se nele (polidipsia e poliúria, características da doença e por ele avaliadas por esta ordem). Ainda no século II, Galeno, contemporâneo de Areteu, também se referiu à diabetes, atribuindo-a a incapacidade dos rins em reter água como deveriam. Nos séculos posteriores não se encontram nos escritos médicos referências a esta enfermidade até que, no século XI, Avicena refere com precisão esta afecção em seu famoso Cânon da Medicina.
Após um longo intervalo Thomas Willis, em 1679, fez uma magistral descrição da diabetes para a época, ficando desde então reconhecida por sua sintomatologia como entidade clínica. Foi ele quem, referindo-se ao sabor doce da urina, lhe deu o nome de diabetes mellitus (sabor de mel), apesar de esse fato já ter sido registrado cerca de mil anos antes na Índia, por volta do ano 500.
Em 1775 Dopson identificou a presença de glicose na urina. Frank, por essa altura também, classificou a diabetes em duas formas: diabetes mellitus (ou vera), e insípida, esta sem apresentar urina doce. A primeira observação feita através de uma necropsia em um diabético foi realizada por Cawley e publicada no London Medical Journal em 1788. Quase na mesma época o inglês John Rollo, atribuindo à doença uma causa gástrica, conseguiu melhorias notáveis com um regime rico em proteínas e gorduras e limitado em hidratos de carbono.
Os primeiros trabalhos experimentais relacionados com o metabolismo dos glicídios foram realizados por Claude Bernard, o qual descobriu em 1848, o glicogênio hepático e provocou a aparição de glicose na urina excitando os centros bulbares. Ainda na metade do século XIX, o grande clínico francês Bouchardat assinalou a importância da obesidade e da vida sedentária na origem da diabetes e traçou as normas para o tratamento dietético, baseando-a na restrição dos glicídios e no baixo valor calórico da dieta. Os trabalhos clínicos e anatômico-patológicos adquiriram grande importância em fins do século XIX, nas mãos de Frerichs, Cantani, Naunyn, Lanceraux, etc., tendo culminado em experiências de pancreatectomia em cães, realizadas por Mering y Mikowski em 1889.
A busca do suposto hormônio produzido pelas ilhotas de Langerhans, células do pâncreas descritas em 1869 por Paul Langerhans, iniciou-se de imediato. Hedon, Gley, Laguessee Sabolev estiveram muito próximos do almejado triunfo, o qual foi conseguido pelos jovens canadenses Banting e Charles Best, que conseguiram em 1921, isolar a insulina e demonstrar seu efeito hipoglicêmico. Esta descoberta significou uma das maiores conquistas médica do século XX, porque transformou as expectativas e a vida dos diabéticos e ampliou horizontes no campo experimental e biológico para o estudo da diabetes e do metabolismo dos glicídios.
Posteriormente, o transplante de pâncreas passou a ser considerada uma alternativa viável à insulina para o tratamento da diabetes mellitus do tipo um. O primeiro transplante de pâncreas com essa finalidade foi realizado em 1966, na universidade de Manitoba. Uma linha mais recente de pesquisa na Medicina tem buscado fazer o transplante apenas das ilhotas de Langerhans. O procedimento é simples, tem poucas complicações e exige uma hospitalização de curta duração. O grande problema é a obtenção das células, que são originárias de cadáveres. São necessários em média três doadores para se conseguir um número razoável de células.

Prevenção

Exercícios físicos ajudam na prevenção de complicações tanto do tipo 1 quando do tipo 2 de diabetes ao manter sobre controle os níveis de glicemia.
Quanto melhor o apoio social melhor será o controle glicêmico, a qualidade de vida e menor o número de complicações do diabético.
Os riscos de complicações em ambos os tipos de diabetes podem ser reduzidos com mudanças na dieta e atividades físicas regulares. Os portadores de tolerância diminuída à glicose (TDG) e glicemia de jejum alterada (GJA) devem fazer uma dieta rígida sem, praticar atividade física pelo menos 3 vezes por semana e, quando necessário e aprovado, usar remédios para evitar complicações. Atividades físicas, dieta rígida e perda de peso entre os grupos de risco diminuem o risco de desenvolvimento do Diabetes tipo 2 pela metade.
A prática de exercícios físicos traz benefícios como a melhor utilização do oxigênio pelo organismo, aumento da captação da glicose pelo músculo e aumento da sensibilidade celular à insulina a partir das primeiras semanas e que dura enquanto eles estiverem sendo regularmente. Com a insulina sendo usada de forma mais eficaz o portador de diabetes passa a precisar de doses menores para queimar a glicose extra.
Em pessoas com pré-diabetes tipo dois, o uso de baixas doses de rosiglitazona (2mg) e metformina (500mg) reduz em cerca de 66% o risco de desenvolver diabetes e causa poucos efeitos adversos.

Medicamentos gratuitos

A insulina de ação rápida (insulina regular) demora de 30 minutos a uma hora para começar a agir eficientemente no organismo atingindo o máximo de atividade em 2 a 3 horas depois da aplicação. Seu efeito normalmente dura entre 4 a 6 horas.
Desde o dia 14 de fevereiro de 2011 o ministério da saúde brasileiro está implantando o projeto "Saúde não tem preço" que disponibiliza os remédios para diabetes gratuitamente em 15.000 farmácias do país.
  
Os remédios disponíveis são:
  • Glibenclamida 5 mg, comprimido
  • Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido
  • Cloridrato de metformina 850 mg, comprimido
  • Cloridato de metformina de ação prolongada 500 mg
  • Insulina Humana NPH 100 UI/ml – suspensão injetável, frasco-ampola (10 ml e 5 ml) e refil (3ml e 1,5ml carpule)
  • Insulina Humana Regular 100 UI/ml, solução injetável, frasco-ampola (10 ml e 5 ml) e refil (3ml e 1,5ml carpule)

Projeto de lei para diabéticos no Brasil

O governo brasileiro investiu 200 milhões para a criação de uma unidade industrial, em Brasília, para produzir cristais de insulina, a única da América Latina. Essa fábrica começou a funcionar em 2009 e tem por objetivo produzir mais de 10 milhões de unidades de insulina para atender a demanda nacional.
Os portadores de diabetes têm direito à concessão de uma série de benefícios já previstos em lei para outras doenças. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou proposta que altera uma série de normas garantindo aos portadores de diabetes o direito de sacar dinheiro do PIS-PASEP e do FGTS; além de garantir o recebimento de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez sem carência. A proposta também dá aos diabéticos direito a passe livre no transporte público.

Tratamento

A diabetes mellitus é uma doença crônica, sem cura por tratamentos convencionais, e sua ênfase médica deve ser necessariamente em evitar/administrar problemas possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
O tratamento é baseado em cinco conceitos:
  • Conscientização e educação do paciente, sem a qual não existe aderência.
  • Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente.
  • Vida ativa, mais do que simplesmente exercícios.
  • Medicamentos:
    • Hipoglicemiantes orais
    • Insulina
  • Monitoração dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.
É extremamente importante a educação do paciente, o acompanhamento de sua dieta, exercícios físicos, monitoração própria de seus níveis de glicose, com o objetivo de manter os níveis de glicose a longo e curto prazo adequado. Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações em longo prazo.
Isso pode ser alcançado com uma combinação de dietas, exercícios e perda de peso (tipo 2), várias drogas diabéticas orais (tipo 2 somente) e o uso de insulina (tipo 1 e tipo 2 que não esteja respondendo à medicação oral). Além disso, devido aos altos riscos associados de doença cardiovascular, devem ser feitas modificações no estilo de vida de modo a controlar a pressão arterial e o colesterol, se exercitando mais, fumando menos e consumindo alimentos apropriados para diabéticos, e se necessário, tomando medicamentos para reduzir a pressão.
O uso de bombas de insulina pode ajudar na administração regular de insulina, porém tem custo elevado quando comparadas as seringas comuns. Outras opções incluem as canetas de insulina e os injetores de insulina a jato.

Cura do Diabetes Mellitus Tipo 2 por Cirurgia

Um estudo feito por médicos franceses publicado na SCIENCEDIRECT, confirmou o que médicos já haviam observado, a cirurgia de redução de estomago (Gastroplastia) usada no tratamento da obesidade mórbida ajuda a controlar o diabetes mellitus tipo 2, um estudo mais aprofundado feito por Francesco Rubino, levou à criação de uma cirurgia no intestino que tem alta eficiência no tratamento da diabetes tipo 2 para pessoas não obesas.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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